sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Galeria de Arte na Casa Cor Ceará 2010

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Jornal Fortaleza Decor - 5 ª Edição

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Editorial - Quinta Edição

O Jornal Fortaleza Decor nessa quinta edição estréia sua bimestralidade. Com o objetivo de trazer ainda mais informação de qualidade o jornal se tornará bimestral e contará em pouco espaço de tempo com seu site que trará a publicação em formato digital estando também disponível para download.
Apresentando todo o conteúdo do jornal e muito mais, continuaremos abordando novidades e acontecimentos no segmento de decoração em Fortaleza, no Brasil e no Mundo.
Nessa edição destacamos o trabalho de cinco profissionais e seus projetos para um Home Office ideal. Ter um escritório em casa é um sonho acalentando por muitos, mas criar um ambiente adequado não é tão simples e exige algumas regras.
Ergonomia, conforto térmico e acústico são alguns dos assuntos abordados.
Em Vitrine o decorador Carlos Zaranza fala um pouco dessa peça importante que é a mesa de centro. Belas e simbólicas, muitas vezes tornam-se as “estrelas” de um ambiente.
Em Mundo Sustentável o desabafo do Eco Arquiteto Leo Gazeto em favor da terra como material construtivo. Na seção Design um artigo perfeito do professor e designer Neandro Nascimento sobre o home office, matéria principal dessa edição.
Trazemos nessa edição uma matéria especial com a professora e arquiteta Cristina Santos. Ela visitou a Feira EXPO REVESTIR 2010 em São Paulo e nos trouxe as novidades para esse ano em revestimentos.
O Guia da Decoração nos traz lojas e profissionais do segmento e em Artesanato falamos um pouco do belo trabalho das Velas Decorativas Labonni.
Agradecemos nossos leitores pelos e-mails, sugestões e boas idéias, o que sempre enriquece nosso trabalho a cada edição.
Boa leitura!

terça-feira, 27 de abril de 2010

Um Home Office Perfeito





Trabalhar em casa para algumas pessoas é um sonho. Deixar de pegar trânsito todos os dias, perder tempo indo e voltando do local de trabalho, ter uma alimentação mais saudável, estar mais perto da família. Tudo isso é possível e se resume em um nome: home office ou escritório em casa.
Cada vez mais comum essa alternativa surge para os profissionais com maior freqüência e é uma tendência mundial. Seja como um espaço em que se desenvolve uma atividade em tempo parcial ou em tempo integral o local onde são realizadas as atividades profissionais segue algumas regras para que o ambiente doméstico não interfira no ambiente profissional.
A preocupação com ergonomia deve ser constante. Luminosidade ideal, circulação de ar, cores certas e espaço suficiente para se sentir bem são itens de destaque para quem quer trabalhar em casa com eficiência e conforto.
Quando uma pessoa entra em uma loja para comprar os móveis que irão compor seu home office a primeira coisa que tem na cabeça é ter
um espaço bonito e confortável. É o que diz Sandrine Gaspar uma das proprietárias da loja Manfroi Planejados. “O cliente quer ter suas necessidades atendidas, mas quer em primeiro lugar a beleza e o conforto das peças que irão compor o ambiente. Geralmente escolhe móveis com um design mais formal em cores escuras e neutras para dar equilíbrio ao espaço”.
Para Sandrine, raramente o cliente tem noção da sua real necessidade. Altura ideal da mesa de trabalho, tipo de cadeira, peças que podem auxiliar o trabalho deixando-o mais prático, como, por exemplo, gaveteiros com rodízios, são questões levantadas pelos profissionais da loja e que vão orientando o cliente sem esquecer do seu gosto pessoal.
De acordo com Sandrine, geralmente o cliente que já tem alguma informação sobre esse espaço, já sofreu ou sofre com seu mau aproveitamento: “Via de regra o mais importante é ouvir o cliente e entender suas necessidades, só a partir daí partir para realização de um projeto de sucesso".
São vários os fatores que determinam o sucesso e a funcionalidade de um home office. Conforto térmico e acústico do espaço são pontos fundamentais. Contar com uma janela ampla e estratégica é de grande importância, economiza energia fazendo com que a luz natural seja aproveitada durante o dia e propicia a circulação do ar. É importante observar que a instalação de monitores de computador não deve ser feita contra a luz. Abrigar o escritório do barulho da rua e da própria residência é um outro ponto fundamental.
As arquitetas Deborah Lima, Andréa Fernandes e Fernanda Borges, apostam na praticidade como conceito fundamental para esse tipo de ambiente. Em um projeto idealizado para uma executiva, nuances em tons suaves entram em cena. Segundo Deborah “a cor branca usada no mobiliário em MDF revestido evidencia o colorido dos elementos de decoração, que juntos com a contemporaneidade do vidro e do aço fazem desse ambiente, um local agradável para o descanso e funcional para o trabalho”.
Em outro projeto idealizado pelo Arquiteto Henry Teixeira a funcionalidade também é a tônica. O mobiliário em linhas contemporâneas e tons mais fortes que o resto do ambiente dá contraste ao espaço em que se usam tons claros ressaltando sua feminilidade.
Um ambiente despojado e criativo é como o decorador Carlos Zaranza define seu home office. Com elementos coloridos e artesanais ele criou para seu uso um espaço divertido e descontraído. Para o decorador o mais importante nesse espaço é ter elementos que se identifiquem com seu usuário. Segundo ele, acessibilidade, conforto térmico e acústico, beleza, ergonomia e funcionalidade são de extrema importância, mas é imprescindível que haja uma personalização desse ambiente já que se desenvolvem atividades profissionais nesse lugar em tempo integral ou parcial.
Estar rodeado dos objetos e peças que mais gosta, como quadros, esculturas, souvenires, ter sempre um cantinho para receber visitas ou até para tomar um café com os amigos, faz com que o escritório ganhe vida e energia positiva para desenvolver atividades se tornando cada vez mais prazeroso estar nele.
A decoradora Lia Dehnhardt, proprietária da Loja Mistura Cenários também aposta na descontração para compor seu escritório em casa. Em seu projeto os móveis em madeira de demolição dão um toque rústico ao ambiente aconchegante e enriquecido com telas de artistas cearenses.
Um espaço aproveitado de maneira criativa e dinâmica, onde conforto e beleza são essenciais, é como o professor e designer Neandro Nascimento vê o home office ideal. Em um projeto de sua autoria ele explora o conceito de acessibilidade e ergonomia criando um escritório clean, de cores claras e marcenaria em linhas retas. A necessidade de usar esse espaço para outros fins, como uma sala de TV, ou um espaço para diversas atividades como reunião de trabalho ou amigos, também tem que ser considerado.
Texto: Eliza Souza
Fotografia: Divulgação

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Mundo Sustentável - Declínio da Terra como material construtivo





A partir do século XIX, o material usado com uma grande frequência até então era a terra e seus agregados. Com a revolução industrial, movimentos modernistas, arquitetos e engenheiros deram uma guinada na história dos materiais da construção civil, abdicando do material mais tradicional na cultura mundial e proporcionando a era do cimento como o material mais usado e hoje o material dominante.

Afinal, por que nós estudiosos e conhecedores de materiais na elaboração de projetos arquitetônicos, renegamos e discriminamos algo que faz parte de 80% da história da nossa construção civil? Qual o preconceito na utilização da terra como material construtivo na arquitetura?
A terra, com o progresso e a modernização da arquitetura foi ignorada, esquecida e substituida pelo cimento, que atualmente sabemos que com toda as suas qualidades é um material caro e não renovável. Além de abundante emprega valores agregados, tais como transporte, que por via de regra tem um alto impacto ambiental no nosso ambiente natural.

Técnicas, tecnologias, tradições e costumes em um século passaram de realidade para algo primitivo, arcaico, rudimentar. Atualmente a sociedade determina que só lida com terra-crua quem não tem poder aquisitivo, pessoas que habitam em áreas rurais e quem não possui o conhecimento da tecnologia do cimento e seus agregados.
Definir esse preconceito é simples, a terra é para os menos favorecidos economicamente e o cimento e suas derivações são para os mais favorecidos economicamente. Terra para zonas rurais e o cimento para áreas urbanas. Esquecem que a arquitetura está além de materiais Arquitetura é a função, a forma.

Qual a condição da terra-crua não ser industrializada como ocorreu no século XIX com o cimento? Estudos e conhecimentos aplicados a terra-crua podem ter resultados excelentes para construções arquitetônicas. A terra não tem qualidades que o cimento possui, como sua grande resistência, mas com dosagens certas, que variam pela porcentagem da areia e da argila (material que acrescenta plasticidade a terra), pode ser aplicada em diferentes técnicas e em diferentes usos, na zona rural e mais especialmente na zona urbana.

A terra-crua pode ser a solução para muitos problemas ambientais que estão surgindo e que podem surgir. A materialidade com viés ecológico é de suma importância para a arquitetura contemporânea e o arquiteto tem o papel de minimizar os impactos ambientais gerados pelo próprio homem.
Texto: Leonardo Gazeto
Arquiteto
Fotografia: Divulgação

Feiras - EXPO REVESTIR 2010



Existem muitas razões para se visitar a Revestir, o maior evento de revestimentos da América Latina que aconteceu em São Paulo no período de 09 a 12 de março. Conferir tendências, atualização profissional e geração de negócios seriam as principais para os profissionais da área de arquitetura e design de Interiores.
Além de Conferir as novidades e tendências foi importante vivenciar todos aqueles espaços montados exclusivamente para encantar as pessoas que transitavam por lá. Estandes com vários produtos sustentáveis, muitos efeitos visuais, novas cores e o uso de tecnologia trazendo mais conforto e praticidade aos usuários.

No segmento de cozinhas, as coifas acionadas por controle remoto com designs inusitados, exaustores com painel de comando digital e uma forte influência do design retro foram as grandes vedetes. Segundo o fabricante o produto é seguro, de fácil manutenção e limpeza.

Dentre os setores de exposição, revestimentos cerâmicos, granitos, mármores e outras pedras ornamentais, laminados, vidros e mosaicos, produtos do sistema de revestimentos e fornecedores da indústria.

As grandes marcas entre elas Portobello, Eliane, Portinari e Gyotoko lançaram seus revestimentos slim em porcelanato para recobrir áreas já revestidas sem a necessidade de demolições, entulhos, atrasos, com espessura de apenas 3mm e 4mm.

As cores e os brilhos foram os destaques das cerâmicas para paredes.
Outra novidade é a impressão digital para os desenhos das cerâmicas lançada pela Ceusa. Com uma definição de 900 dpi (pontos por polegadas), os desenhos têm uma alta definição.

Produtos cimentícios compondo o mobiliário com efeito visual diferenciado. Inovação nas pastilhas da Lepri reutilizando lâmpadas fluorescentes como matéria prima e assim produzindo produtos sustentáveis.

Texto: Cristina Santos
Arquiteta/ Consultora/Professora de Revestimentos
cristina_rosa_santos@yahoo.com.br
Fotografia: Divulgação

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Design - Escritório em Casa



Home Office ou escritório em casa, a princípio, é um espaço destinado à atividades de trabalho ou lazer, de acordo com as necessidades de um indivíduo, de uma família, de um casal, de seus filhos etc.
A essa diversidade de funções, somou-se o intenso uso da internet e seus agregados (sites de relacionamento, de compras, de e-mails, entre tantos outros “e-itens“) e a necessidade de implementar a tecnologia que avança e se atualiza a cada dia.
Essas necessidades podem envolver de uma simples vaidade até uma carência de um espaço próprio para atividades relacionadas à leitura, estudo, trabalho, lazer, relacionados ao computador.
Este último, antes famoso PC (personal computer) vem sendo substituído, em ritmo levemente acelerado, por notebooks e netbooks, hoje tão acessíveis, extravasando os limites do Home Office, já que não haveria a carência de existir um ambiente para o grande PC fixo, como se fosse um eletro-doméstico, mas sim postos onde os note ou netbooks pudessem ser utilizados de forma satisfatória, em quaisquer espaços da residência, flexibilizando os novos usos destes novos equipamentos, cada vez menores e com multiplicidade de funções.
Mas, já que estamos refletindo sobre o modo de pensar o Home Office, o que fazer com os internautas, “gamemaníacos” e com os workaholics, em seus lazeres, prazeres e trabalhos intensos, ao longo de horas, no meio da sala, por exemplo?
O espaço físico, ambiente construído, somado aos elementos móveis e eletro-eletrônicos, não mais de grande porte, tais quais os computadores e seus agregados destinados a essas atividades e suas principais características, acabam por se tornar a grande tônica dessa conversa.
É interessante que profissionais da área do Design de Interiores e seus clientes se conscientizem da real necessidade para esses espaços: conforto, térmico e acústico; funcionalidade e ergonomia, já que se trata de um espaço onde se passa horas; dinamismo e mutabilidade, por estar relacionado com trabalho e lazer, permitindo assim que o mesmo seja utilizado para vários fins, podendo ser transformado, por exemplo, de escritório para sala de sala de som e TV, com exibição de filmes “downlodeados” via internet e apresentados em uma grande tela de LCD ou Led, ou até mesmo permitindo reuniões com amigos ou clientes.
Faz-se interessante, também, refletir sobre o quão agradável deve ser esse espaço, principalmente se for destinado ao trabalho, já que se trata de um espaço residencial e, a princípio, não deve ter aparência comercial, empresarial etc., mas sim possuir itens pessoais, que estimulem o interesse por estar ali a trabalho, itens agradáveis de ver e até tocar. Deve ser passível de variações de intensidade de luz e até de cor, com o advento e incremento da tecnologia de Led isto é possível e viável na maioria dos projetos.
Por fim, pode-se dizer que por conta do intenso envolvimento do humano com o espaço físico habitável residencial hoje, nós, profissionais do Design, devemos dar a devida importância ao que se refere ao conforto, funcionalidade, estética, bem-estar e saúde, inclusive mental, nos projetos de interiores, valorizando cada item, especificado ou projetado, e sua benéfica relação com o usuário, principalmente em espaços como esses, que reúnem tantas possibilidades.

Texto: Neandro Nascimento
Designer / Ergonomista / Professor
nnascimento.designer@gmail.com
Fotografia: Divulgação

Vitrine - Centro das Atenções




Todo ambiente tem sua peça principal. Aquela que é considerada a "estrela".
Em um estar, um living, home theater ou quem sabe até em uma generosa e espaçosa varanda, eis que surgem as mesas de centro como um dos mais importantes elementos-chave da composição.
Móvel extremamente útil serve de apoio para facilitar o serviço da casa, apoiar objetos ou displicentemente apoiar os pés.
Bela e por que não dizer simbólica, já que alguns profissionais afirmam que os objetos sobre elas falam pela personalidade de seus moradores, é cada vez mais chamativa e diversificada. Em algumas situações onde o design é bastante conceitual, não chega a receber adornos e solenemente imperam majestosas em uma decoração.
Um desses casos é a mesa de centro cuja base em papel marchê se assemelha muito a rochas pesadíssimas, ou mesmo a peça que mistura madeira e vidro em um desenho interessante. O modelo em acrílico, com suas formas limpas encanta pela simplicidade chic e pode ser composta com adornos mais chamativos.Os modelos em madeira aquecem o ambiente e tornam-se opções seguras em casas com crianças.
Sendo assim, é bom que saibamos usá-las de modo à "levantar" um ambiente, e não atrapalhar, já que em algumas situações tornam-se obstáculo para a boa circulação no espaço, muito embora, sem elas, temos sempre a sensação de que algo está faltando.

Texto:Carlos Zaranza
Consultor / Designer de Ambientes / Professor
Fotografia: Divulgação

segunda-feira, 15 de março de 2010

Na próxima edição - Na tranquilidade de um HOME OFFICE

terça-feira, 9 de março de 2010

Jornal Fortaleza Decor - Quarta Edição

segunda-feira, 8 de março de 2010

Breve história da Ikebana



A arte da Ikebana tem sua origem na Índia. Conta-se que certa vez Gautama – Buda, viu no chão um galho de flores quebrado pelo vento. Cheio de piedade pediu a um de seus discípulos para pôr os galhos na água para que assim as flores tivessem sua vida prolongada. A partir daí os discípulos de Buda começaram a cuidar com muito esmero de todas as flores que encontravam caídas pelo caminho. Faziam com elas lindos arranjos florais em homenagem ao seu mestre.
Com o tempo esses arranjos passaram a ser ofertados a Buda e a decorar os altares dos templos se tornando aos poucos parte dos rituais do budismo indiano.
Os monges budistas ao longo do tempo foram se aperfeiçoando na arte dos arranjos florais até chegarem a uma forma de jardinagem de grande profundidade espiritual chamada "Paisagem Seca". Porém, foi com um monge conhecido como "ermitão do lago" que a técnica se desenvolveu de uma maneira mais harmoniosa atraindo monges de outros templos que vinham lhe pedir que ensinasse a arte.
A arte de criar arranjos florais passou a se chamar Ikebana. Essa é reconhecida como primeira escola de arranjos florais no Japão.
Por volta do ano de 1334 surge a escola Ikebobo a escola mais antiga e tradicional da Ikebana. Durante os anos que se seguiram várias outras escolas surgiram até os dias atuais culminando com o moderníssimo "Estilo Livre", onde as possibilidades de criar são ilimitadas combinando com ambientes e gostos contemporâneos.

terça-feira, 2 de março de 2010

Capa - Em busca de bons fluidos


A harmonização e equilíbrio através da Ikebana trazendo beleza e arte a decoração

Dizem os orientais que a harmonia pode ser adquirida através da ornamentação com flores utilizando uma técnica conhecida pelos japoneses há séculos: A Ikebana.

Ike significa dar vida e bana, quer dizer flor. Significando muito mais que um simples trabalho de ornamentação, é antes de tudo uma arte que visa o desenvolvimento de habilidades como, observação, concentração e sensibilidade, promovendo um maior equilíbrio físico e espiritual.

Aos que acham que a Ikebana é antes de tudo uma atividade intrinsecamente feminina, é interessante esclarecer que essa prática era muito utilizada pelos Samurais, antigos guerreiros japoneses. Ela ajudava a desenvolver diversas habilidades inclusive a destreza no manejo de armas.

Foi originada na Índia e disseminada no Japão se tornando parte da cultura de seu povo. Aos poucos foi perdendo seu caráter puramente religioso para se tornar uma arte em seu sentido literal. A partir daí surgiram grandes mestres, cada um adotando estilos diferenciados, mas todos de grande importância para a história do Japão, deixando um legado de beleza e criatividade.

Até o século XV muitos arranjos eram encontrados nos templos budistas. Eles recebiam o nome do “Rikka”, que significa flores eretas.
Tinham um aspecto rígido e volumoso. De caráter puramente religioso indicavam a fé dos adeptos a religião budista. Depois disso a técnica sofreu uma simplificação e tornou-se mais popular dando origem ao que é conhecido hoje como “Seiva”.

No Brasil existem muitas escolas que ensinam a arte, porém, com estilos diferentes. Os adeptos brasileiros da arte de arranjo floral resgataram o caráter espiritual de sua prática e procuram através dela uma harmonização com a natureza.

O estilo mais difundido no Brasil é o Kado sanguetsu, que significa “caminho da flor”. Esse caminho se relaciona com o princípio do três, representado pelo triângulo formado por galhos secos ou flores solitárias. O mais alto dos galhos aponta em direção ao futuro representando o Sol, astro que gera a vida, o maior de todos, o futuro, o pai. O galho seco e de tamanho médio representa a Lua, a mãe, o tempo presente e o pequeno nos remete ao passado, a terra, aos filhos.

De uma forma ou de outra, nunca é simples lidar com uma ferramenta tão delicada quanto a flor e de uma forma tão abstrata. Ao mesmo tempo é também muito simples, por que faz desabrochar nossa humanidade. Não podemos esquecer que somos parte da natureza, nos juntamos a nossa outra parte, vivificando e valorizando toda a beleza que existe em cada elemento do arranjo.
Texto: Eliza Souza
Fotografia: Divulgação

Galeria - Ikebana Sanguetsu














Paisagismo - A favor da Natureza



A interação com a natureza no projeto paisagístico de Luciana Mota

No mundo contemporâneo onde o contato com a natureza se torna cada vez mais escasso, os projetos de paisagismo tornam-se a opção ideal para obter um diálogo maior com as áreas verdes e ganham força nos projetos arquitetônicos.
Foi pensando em harmonizar esses espaços que a arquiteta Luciana Mota vem desenvolvendo também projetos paisagísticos, área em que faz diversos trabalhos com muito sucesso dando ênfase especial a vegetação local, muito exótica e diversificada.
A arquiteta ensina que deve existir em todo projeto paisagístico uma coerência entre solo e clima e acima de tudo a vegetação utilizada deve ter uma afinidade com os usuários e com o espaço em que estão inseridas. “Existem pessoas que gostam de cuidar pessoalmente de seus jardins criando uma intimidade com as plantas e fazendo desse “cuidar” uma terapia. Nesse caso o jardim pode vir a ter espécies diversificadas. Já não é o caso do usuário que não tem intimidade com plantas, ele então necessitará de um jardim mais simplificado e que tenha uma manutenção mais econômica”.
A Paisagista conta que em um projeto paisagístico feito no Residencial Alphaville utilizou muitas palmeiras como, carnaúba, licuala, chuveirinho em um resultado bonito e de clima tropical. Sem muita necessidade de manutenção são plantas características da região e tem muita resistência ao calor do nordeste diminuindo a frequência na manutenção e economizando água uma vez que sua irrigação é planejada.
O projeto contou com a orientação da profissional desde a definição de pisos, revestimento de paredes, iluminação da fachada e desenhos dos bancos. A definição do projeto paisagístico foi feita através do contato com o dia-a-dia do cliente, suas preferências, gostos pessoais e daí a escolha ideal das texturas, volumes e cores que seriam utilizados.
A arquiteta que desde criança tem amor pela natureza e desde muito cedo observava a mãe cuidando dos jardins de sua casa finaliza afirmando que “... quanto mais natureza houver dentro de um espaço, mais valorizado e belo ele será, nos trazendo sempre bem estar e equilíbrio”.

Serviço:
Luciana Mota
arquitetalucianamota@gmail.com
Fones: (85) 9982-8722/(85) 3261-6531
Texto: Eliza Souza/Fotografia: César Marti

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Entrevista - A arte do Ikebana






O Jornal Fortaleza Decor entrevista a professora Rosiane Santos da Academia Sanguetsu Fortaleza que irá esclarecer mais sobre a arte da Ikebana e as atividades que acontecem na Academia em Fortaleza.

FD - QUAL O PAPEL DO IKEBANA NA ORNAMENTAÇÃO?
Professora Rosiane - Através da ikebana pode-se recriar a natureza em diversos ambientes, seja em um jardim ou em um campo de uma casa gerando energia e vibrações positivas pois onde há flor o negativo não atua.
A grande variedade de estilos e de materiais disponíveis para a sua composição ajudaram a torna-la mais acessível a muita gente. Ela tinha regras muito rígidas que foram quebradas com o passar dos anos.
Hoje pode ser usada na decoração de ambientes, em terapias, nas artes enfim... seu lado filosófico amplia a consciência do homem fazendo com que a ikebana não seja apenas um arranjo floral decorativo é algo mais amplo e nesse sentido ele é DE – CORAÇÃO.

FD - QUAL O CARÁTER ESPIRITUAL DE UM IKEBANA JÁ QUE SUA ORIGEM É RELIGIOSA?
Prof. Rosiane - Há séculos o costume de oferecer flores e plantas a divindades impera no Japão. No passado esta prática esteve associada as oferendas feitas a Buda. Com o passar dos séculos e principalmente através de uma nova perspectiva estética elaborada gradativamente nos mosteiros zen.
A ikebana é arte, espiritualidade, ritual. Trata-se das muitas expressões artísticas desenvolvidas ao longo dos séculos pelos japoneses sob a influencia do budismo zen que leva o praticante a harmonia interior. Essa continua interação com a flor resulta no aflorar e no desenvolvimento da espiritualidade.
Assim considerada a arte da ikebana é ainda uma forma de meditação. Iniciar-se no seu aprendizado é assumir um caminho de auto conhecimento.

FD - QUAL O ESTILO DE IKEBANA MAIS DIFUNDIDO NO BRASIL?
Professora Rosiane - estilo mais difundido é a ikebana sanguetsu que em 2009 contou com 5.000 alunos por mês totalizando 58.000 alunos, sendo realizado 23.000 vivencias, 270.000 vivencias Caminho do Paraíso em display próprio da escola em todo território nacional. Conta ainda com uma equipe de 1000 instrutores.
A Academia Sanguetsu que desenvolve o estilo Sanguetsu faz parte da Fundação Mokiti Okada, instituição sem fins lucrativos, com sede em São Paulo, reconhecida como entidade de utilidade pública pelo governo federal, desenvolve atividades relacionadas a Educação, Arte, Saúde e Agricultura Natural.

FD - QUAL O SIGNFICADO?
Professora Rosiane - O estilo Sanguetsu representa o conceito ideal de uma vida plena de verdade, bem e beleza idealizado por Mokiti Okada ( idealizador do estilo) e propagado mundialmente pela sua escola.
Para concretizar o bem pessoal e coletivo através da grande Arte de Deus o kado sanguetsu voltou-se para o trato com a flor fazendo dela o caminho para a edificação de uma sociedade verdadeiramente humana.
Ao percorrer o caminho da flor conseguimos crescer em consciência a tal ponto que cada um se preocupe para que haja flores onde quer que haja pessoas.
A academia sanguetsu tem por objetivo principal desenvolver a sensibilidade dos seres humanos em relação ao belo através de atividades e vivencias que toquem o sentimento de beleza de cada um de nós. Segundo Mokiti Okada “a arte enobrece e eleva o caráter e os sentimentos do ser humano enriquecendo-lhe a vida.

FD - QUAIS BENEFÍCIOS NOS TRÁS A PRÁTICA DO IKEBANA SANGUETSU?
Prof. Rosiane - Dentro do espírito de competitividade encontrada em nossa sociedade o positivismo e a proatividade são essências.
Através das aulas práticas de ikebana pretende-se potencializar em cada participante sua harmonia interior levando a identificar suas necessidades e limitações através do contato com a arte aprendendo assim a transforma-las em motivação e energia para melhorar resultado individuais e coletivos. Portanto os benefícios gerados são os seguintes: controlar a ansiedade; melhorar o convívio com as diferenças; harmonizar para planejar, organizar, comandar,coordenar e controlar atividades; valorizar a ordem e a disciplina; manifestar o verdadeiro respeito com o meio ambiente; formatar as estratégias para alcançar metas; respeitar o espírito de equipe; equilibrar a energia vital e firmar a auto-estima.

FD – Onde fazer o curso de Ikebana no Brasil?
Professora Rosiane - Para mais informações sobre endereço dos locais: http://br.mc656.mail.yahoo.com/mc/compose?to=vivencias@fmo.org.br

FD - COMO EU PODERIA FAZER UMA IKEBANA PARA HARMONIZAR A MINHA CASA?
Prof. Rosiane - Os princípios básicos para confecção de uma ikebana sanguetsu baseiam-se nos princípios filosóficos deixados por Mokiti Okada que traduzem-se em:
Vivificar imediatamente: percepção do olhar., observação exata do corte, vivificando imediatamente, materiais em ordem
Com naturalidade: respeitar a natureza das plantas, escolher flores da época;
Com alegria: com o sentimento de alegrar o próximo como a si mesmo, expandir a natureza divina de quem a executa e a de quem a observa;
Respeitando a harmonia: combinar cores e movimentos graciosos, beleza do conjunto vasos + flores + ambientes;
Como se estivesse pintando um quadro: criando uma obra de arte cultivar o senso estético apreciando constantemente obras de arte.

Serviço
Dia 17 de março – cerimônia do Hatsu Ikê (primeira flor do ano) às 18:30h.
Cursos, vivencias, workshop, agendados nos telefones 3131-1193, 3131-1195, 9178-3528 (Rosiane) ou e-mail:
sanguetsu_ce@fmo.org.br

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Vitrine - Minha querida geladeira




Cheias de personalidade e muito charme, as geladeiras vintage ganham de novo merecido espaço na decoração

Vindas direto dos anos cinqüenta, elas arrebatam os corações dos apaixonados pelo vintage. As Geladeiras também são ítem de decoração e podem até estar em ambientes em que não são tradicionais como, por exemplo, a sala, o quarto e até serem usadas para diversas funções que não somente gelar, sua função oficial.

Também usadas customizadas, promovem charme e cor ao ambiente. Dez entre dez amantes do estilo vintage sonham ter de volta essa querida geladeira do passado em sua cozinha e ensinam que para não incorrer no erro de ter um espaço com cara de antigo demais basta que se misture a decoração com peças mais modernas.

Um dos modelos mais famosos foi lançado em 1953 pela General Elétric e todas as vovós tinham uma. Relançadas pela empresa inglesa Smeg conservam seu ar retrô por fora, mas por dentro são pura tecnologia. Agora em cores vibrantes, podem ser adquiridas já customizadas.

Algumas empresas são especialistas em reformar esse objeto do desejo, e em alguns casos a um preço bastante acessível, tornando possível o sonho de termos de volta essa geladeira que marcou uma época, um estilo de vida, tornando assim mais graciosos nossos ambientes.
Texto: Eliza Souza
Fotografia: Divulgação

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Mundo Sustentável - Reciclagem de Costumes


Luminária de garrafas pet recicladas


A palavra equilíbrio nunca foi tão importante quando o assunto se refere à habitação. A cultura do desperdício e acúmulo dos resíduos nas habitações modernas com passar dos tempos apresentou aumento notório e assustador. Atualmente a população urbana já ultrapassa a população rural, o que acarreta centros com mega populações e assim maior impacto ambiental.

Nas últimas décadas com a preocupação ecológica, conforto das habitações e das pessoas, tradições e costumes estão sendo analisados e discutidos por ambientalistas e construtores. A reciclagem depois de recriminada está sendo valorizada, e cada vez mais apresenta diferentes potenciais na vida contemporânea da sociedade.

A preocupação de cada um em reciclar e melhorar as condições da habitação e minimizar os impactos gerados na mancha urbana produziu diversas técnicas e tecnologias ano após ano de maneira crescente. A arquitetura ecológica pode ser uma solução para este problema. Com a reciclagem pode diminuir os riscos e gerar uma cultura que sofra menos com os impactos.

Nosso principal resíduo é o orgânico. O processo mais efetivo para reciclagem dos resíduos orgânicos são as composteiras. No caso de apartamentos, podemos destinar áreas como a sacada para inserção de uma composteira. O resíduo orgânico destinado corretamente a uma composteira, além de não ser despejado no sistema de lixo sem nenhum tratamento, transforma-se em adubo que pode ser utilizado em jardins.

A composteira pode ser usada em residências de qualquer tipologia. Apenas com esta técnica podemos criar um sistema de sustentabilidade para habitação. Um ciclo natural: resíduo + composto + adubo + alimento. Um dos resíduos que frequentemente não damos a atenção devida é o óleo de cozinha. Produto altamente tóxico pode ser reciclado e destinado a lugares corretos, como centros de reciclagem, porém, podem ser também reciclado na própria habitação com a criação de sabão.

Sistemas de aquecimento de água são atualmente os mais presentes nas construções dentre as técnicas ecológicas. Nosso país praticamente recebe os raios solares o ano todo, facilitando a disseminação da técnica e da instalação de aquecedores solares. As vantagens do aquecedor solar são superiores as de outros sistemas, pois a sua fonte é gratuita e ilimitada. Há ainda aquecedores elétricos, a gás e bio-energias.

Lixo e água já foram tratados, mas e quanto à materialidade? Pequenas ações podem reciclar e minimizar os impactos gerados por nós. A garrafa Pet, definitivamente criticada e rotulada como o vilão da sustentabilidade, pode ser utilizada de diversas maneiras e basta criatividade para reutilizar. A garrafa pet pode ser utilizada como jardineiras, vasos de ervas, porta utilidades, e última e mais fascinante vertente da garrafa pet, é camiseta feita de PET, a partir de um processo industrial a garrafa se transforma em fios, e conjuntamente com fios de algodão temos a camiseta feita de Pet.

A compreensão de que a reciclagem é possível e que cada ação pode mudar um costume e uma tradição que é marcada pelo desperdício, tem a função de elevar a idéia, divulgar e concretizar, de que carece rever nossos conceitos e que cada pratica é fundamental para o benefício do planeta.
Texto: Leonardo Gazeto
Arquiteto
leo_gazeto@hotmail.com

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Artesanato - Fada do Vidro


Telma Aguiar transforma vidros artesanais fundidos em objetos de sonho

O atelier Art Strauch apesar de ter um nome de inspiração alemã, tem à sua frente uma mulher com suas raízes bem fincadas na Terra do Sol.
Há alguns anos desenvolvendo um trabalho pioneiro em reciclagem de vidro fundido a Artista Plástica e Designer de Interiores Telma Aguiar, encanta por onde passa, seja com seus vitrais, esculturas e fachadas ou com pequenos e delicados objetos de decoração.
A artista plástica pesquisou demoradamente as reações do vidro com tintas, aço, cerâmica e alumínio para utilização em diversas texturas e ambientes. Usa a técnica do fusing, uma técnica em vidro pigmentado e fundido em fornos aonde as temperaturas chegam de 750º a 850º C.
Essa técnica é anterior a do sopro e foi esquecida durante milênios até o século XVI, mas hoje voltou a ser desenvolvida com muito sucesso. Possibilita o uso de projetos para iluminação e decorativos dentre outros, podendo também receber coloração, usando mais de 40 tons diferentes.
As tintas utilizadas em seus trabalhos são do mestre vidreiro uruguaio Roberto Bonino. Alguns esmaltes são produzidos no próprio atelier.
Telma tem como última criação esculturas de garrafas recicladas. Além de curiosas dão um toque de fino humor ao espaço que estão inseridas e ainda promovem a sustentabilidade ao meio ambiente.
Uma das mais fortes características de seu trabalho como Artista Plástica é a possibilidade de ter peças únicas em um processo puramente artesanal e de fina sensibilidade, promovendo encantamento e sonho através de mãos de fada.
Texto: Eliza Souza

Serviço
Atelier Art Strauch
www.artstrauch.com.br
(85) 8722 1787

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Na próxima edição - Ikebanas de Luz


sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Jornal Fortaleza Decor - Terceira Edição

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Editorial - Terceira Edição

Mais um ano começa e o espírito de renovação se reflete em vários setores de nossa vida. Na decoração de interiores não é diferente e essa década se inicia com muitas novidades e transformações.
O jornal Fortaleza Decor inicia o ano com esse mesmo sentimento de renovação e traz nessa primeira edição a Madeira como tema principal.
Tendo sempre a sustentabilidade como um dos pilares dessa publicação, na matéria de capa "Sua Majestade, a Madeira", abordamos a valorização crescente desse produto no segmento de decoração de interiores, o modo como podemos valorizar nossas florestas trazendo a certificação como aliada principal de sua preservação e o crescente uso da madeira ecológica em projetos de arquitetura como no caso da "Casa de Eucalipto" idealizada pelo arquiteto Henry Texeira. Um exemplo da boa utilização do produto cerfificado, agregando além da sustentabilidade, beleza e economia ao projeto.
Também apresentamos nessa edição o talento do decorador Sidney Viana, utilizando diferentes técnicas na reforma de móveis e Felipe Maranhão, o Origamista, mostrando um pouco da delicada arte da dobradura de papel.
Na seção Vitrine, o leitor conhecerá mais sobre o belo espelho veneziano com o decorador Carlos Zaranza, lerá sobre os cuidados e preservação de um bem tão precioso como a água em Mundo Sustentável e conhecerá mais sobre o termo Vintage com o Professor Neandro Nascimento. Desejamos uma boa leitura e um ano de 2010 repleto de realizações!

Reforma - Sob o signo do Talento


Sidney Viana trabalha com talento na arte de reforma de mobiliários.

Quem nunca teve aquele móvel de estimação que em hipótese nenhuma sonharia em jogar fora?

Aquela cômoda da vovó toda em madeira maciça que só de olhar remete aos bons tempos da infância, mas que ficaria linda em pátina provençal?

Quem nunca guardou a foto daquela cadeira de design art noveau que ficaria divina em sua sala?

Mais do que simples peças de ambientação, alguns móveis são tão importantes e vitais para nós que não conseguimos pensar na idéia de dar, vender ou simplesmente jogar no lixo.

Com algumas peças sonhamos, visualizamos suas formas em cores nítidas. Conseguimos sentir sua textura e até seu cheiro. Tê-las em nosso mobiliário é uma conquista.

Foi pensando em transformar sonhos em realidade que o decorador Sidney Viana começou há vinte anos a aprender as diferentes técnicas que permitem reformar móveis sem que eles percam suas características de época e estilo.

Sidney utiliza as mais variadas técnicas em seu trabalho. Pátina, pátina provençal, decapage, laca provençal, folheação a ouro, prata e bronze, restauração verniz, pinturas especiais e satiné são algumas delas. Também fabrica e aluga móvel e peças de design famosas, algumas delas expostas em sua loja aberta há quase um ano.

Com toda essa versatilidade o decorador desenvolve projetos em variados segmentos. Algumas de suas peças exclusivas como artista plástico estão também expostas em sua loja provando que em seu caso arte e talento sempre andam juntos.
Texto: Eliza Souza

Design - O que é ser Vintage?


O termo vintage esteve e está na moda! O termo vem carregando terminologias como “resignificação” e “resignificância” ou ainda “descontextualizar” para “recontextualizar”. Mas o que isso quer dizer? Qual o significado? Qual é o contexto?
Primeiramente devemos conhecer o que é vintage!

Ao pé da letra, vintage significa safra boa de boas uvas. Portanto, se dermos resignificado ao termo, podemos considerar que vintage , em arte e design, é trazer de volta “boas safras” de obras de arte e de design, ou seja, objetos que marcaram uma época, um movimento, um estilo, uma linguagem, ou simplesmente elementos decorativos que compunham um repertório de formas de uma época, um movimento, um estilo, uma linguagem... Pode-se dizer que nem tudo que é antigo é vintage.

Grande exemplo disso, foram os relançamentos de carros como o Dodge Challenger, o Chevrolet Camaro e o Ford Mustang, todos com características, formas e principais linhas, similares as dos modelos lançados na década de 60.

Vale ressaltar que os ambientes contemporâneos (final do século XX / início do século XXI) tenderiam a ficar inundados de frieza e monotonia, diante do universo do Design de Interiores marcado por um renascimento (nenhuma conotação com o Renascimento Italiano) do Moderno (final da década de 20, influência da Escola Bauhaus), com móveis de desenho retilínio, com a utilização da madeira, do vidro e do metal, redução de elementos decorativos, principalmente os não funcionais, entre outros.

No entanto, a proposta vintage acabou por salvar os novos projetos, já que a busca pelo novo foi o resgate ao passado, contemplando as mais interessantes representações de arte e design da história. Os ambientes atuais são sutilmente pontuados com objetos e elementos decorativos que encontram similaridade com obras do passado, com suas graciosas curvas, cores, efeitos, entre outros aspectos.
Aguardam-se, para um futuro próximo, propostas vanguardistas para o Design de Interiores e para a Arquitetura brasileiros, prática esta já comum em países da Europa e no Oriente bem abastado de riquezas como Bahein.

Por fim, um apelo: livremo-nos das amarras do passado para desenvolvermos um Design e uma Arquitetura com identidade, brasileira, com influências “vintagistas” sim, pois estas fazem parte da nossa escola, mas com o nosso tempero.
Texto: Neandro Nascimento
Designer/ Professor / Ergonomista.

Galeria - A Casa de Eucalipto de Henry Teixeira

A beleza e o bom preço foram dois dos fatores que levaram o Arquiteto Henry Teixeira a utilizar o Eucalipto em um dos seus projetos. A escolha dessa espécie como madeira estrutural da casa partiu de conversas preliminares com o cliente onde houve uma identificação em relação ao visual do eucalipto e seu caráter ecológico.
Segundo o Arquiteto se optasse por usar outra madeira na mesma espessura de pilar que usou no projeto sairia muito caro. Foi escolhido então o eucalipto que teve um bonito efeito com pilares robustos, feitos de madeira ecologicamente correta, visto que provenientes de áreas reflorestadas.

“O EUCALIPTO TEM FEITO BASTANTE SUCESSO NO PAÍS INTEIRO PRINCIPALMENTE NA BAHIA E REGIÕES SUL E SUDESTE, PELO SEU CARÁTER ECOLÓGICO E POR TEU UM APELO ESTÉTICO DIFERENTE DO QUE SE VINHA USANDO NOS ULTIMOS ANOS”.
Henry Teixeira

Mundo Sustentável - Economia e reuso de água


Terra, planeta água. Mais que tema de canção vencedora de festival é antes de tudo uma frase muito verdadeira, visto que, ¾ da superfície terrestre é coberta por água, onde apenas 0,8% são de água doce, menos que 1% de toda água disponível no planeta.

Constituída de duas moléculas de hidrogênio e uma de oxigênio, dela nasceram as primeiras formas de vida há milhões de anos. Tida como elemento purificador em diversas religiões desde os primórdios da antiguidade, no mundo moderno sua presença é vital para a garantia da existência de cidades, campos, criação de animais, plantações e indústrias.

As reservas naturais de água vêm diminuindo em virtude do excessivo consumo por parte da população mundial. A natureza não está conseguindo suprir essa demanda que cresce assustadoramente ano após ano. Em contrapartida para agravar ainda mais a situação, a humanidade vem poluindo essas reservas naturais diminuindo ainda mais sua capacidade de abastecimento.

O Brasil é a maior reserva hidrológica do mundo. Cada brasileiro tem disponível cerca de 34 milhões de litros de água doce, embora um percentual expressivo da população nas cidades não tenha acesso a uma rede de água e esgoto. Em outros países a água já é um artigo de luxo e a falta de reservas naturais em algumas décadas se tornará um problema gravíssimo.

Diante desse quadro poderíamos nos considerar em uma situação confortável e olharíamos para o futuro confiantes e tranqüilos. Não podemos esquecer, porém, que em um país que possui uma matriz energética com base em usinas hidrelétricas, eletricidade e água são irmãs. A diminuição dos níveis das hidrelétricas ocasionadas pelas secas ao longo dos anos promoveu apagões e uma queda substancial na economia do país se refletindo no PIB. O aquecimento global que promove esse desequilíbrio no clima nos faz voltar os olhos para o desperdício energético que ocorre no Brasil e no mundo.

Para começar a cuidar disso, medidas de economia de água e energia podem ser tomadas no dia-a-dia em nossas casas. Vão desde hábitos pessoais e domésticos muito simples a uma mudança estrutural. Medidas como: escovar os dentes ou fazer a barba com a torneira fechada, controlar o tempo no banho, somente usar água corrente quando for enxaguar a louça, acumular roupa suja e lavar tudo de uma vez só na lavadora (preferindo as front load que economizam água e energia elétrica), trocar as válvulas de descargas por caixas que são acopladas ao vaso sanitário (daquelas que se limita o volume de descarga), trocar lâmpadas incandescentes por fluorescentes ou pelas modernas LED, evitar o uso de ar-condicionado trocando se possível por ventiladores, não usar mangueiras para lavar pisos, automóveis, calçadas etc.

Na reutilização ou reuso de água há a possibilidade de ir ainda mais adiante. O aproveitamento de água de chuva, um projeto inspirador, mas ainda sem aplicação imediata pela população das cidades, em regiões de chuvas intensas poderiam representar até 100% de água consumida em uma casa inteira.

Sua imediata aplicação é dificultada por alguns motivos. Pouco espaço para instalação de cisternas, controle rígido das primeiras águas de chuva coletadas e alto custo são algumas das dificuldades para implantação desse projeto.

A legislação brasileira encara as águas de chuva como esgoto, pois ela vai dos telhados para os pisos e bocas de lobo carregando todo tipo de impurezas que vão desaguar em um córrego que por sua vez dará em um sistema de captação de água potável.

O reuso da água presente no esgoto é um dos projetos mais aplicados em todo o mundo. O esgoto quando tratado e devolvido aos rios é limpo o suficiente para ser usado em indústrias, rega de parques e lavagem de ruas. A água de um esgoto tratado poderia substituir cerca de 40% da água potável consumida no lar, porém, a distribuidora não tem condições de utilizar mais um sistema para oferecê-lo ao consumidor final, visto que, já há a implantação de um sistema para água potável.

O reuso de água de banho é uma das opções mais interessantes quando se visa a redução do uso de água potável em operações simples como descargas de vasos sanitários. Chamada de água cinza, é muito utilizada em outros países. Vários projetos vêm sendo desenvolvidos de maneira muito satisfatória e são considerados baratos e seguros, pois todo o sistema é feito em um circuito fechado – chuveiro, ralo de Box, reservatório fechado e vaso sanitário – utilizando-se filtros e tratamentos para reutilização da água. Esses sistemas respondem até 30% ou mais de economia de água em uma casa e são absolutamente viáveis.

De olho no futuro e sabendo que a água se tornará um recurso cada vez mais raro em nossas vidas, cada um de nós seres humanos pode tomar pequenas atitudes que surtirão um grande efeito no futuro. Podemos começar deixando bem fechadas as torneiras. O meio ambiente agradece.

Texto: Eliza Souza

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Entrevista - A Marcenaria em Fortaleza

Cadeira Nilse - Alunas do Curso de Designer de Interiores da Faculdade Estácio FIC

Quais as perspectivas do profissional da marcenaria em Fortaleza? O que pensa esse profissional que lida diariamente com essa nobre matéria que é a madeira? Os destinos da marcenaria em nossa cidade, que antes de ser profissão é sobretudo uma arte. Sobre esses tópicos o Jornal Fortaleza Decor entrevistou Nilson Monteiro fundador da AMFOR - Associação das Marcenarias de Fortaleza e Professor Robson Gomes, Coordenador do Curso de Design de Produtos da Faculdade Estácio FIC.


Fortaleza Decor - Professor Robson, como está o mercado de marcenaria aqui em Fortaleza?

Prof. Robson- O mercado da marcenaria tem crescido e todo mercado é impulsionado pela economia. A economia aqui de Fortaleza foi gratificada pela chegada de muitas lojas de móveis modulados, mas nem todo cliente fica satisfeito com apenas essa opção. Ele vai à loja, mas encontra outra possibilidade de pesquisa que são os Marceneiros. Estes fazem o mesmo serviço, alguns deles até com qualidade superior. Vejo que o mercado da Marcenaria tem sido impulsionado tanto com a chegada de lojas que vendem o mesmo serviço de confecção e instalação de produtos quanto pelos profissionais que atuam no mercado hoje como o Designer de Interiores. Acho que o futuro da Marcenaria no Ceará vai ser muito parecido com o dos maiores pólos que temos no Sul do país onde foi criado um pólo de marcenaria industrial. Vejo a marcenaria industrial como o futuro da marcenaria daqui de Fortaleza. Para ter essa marcenaria industrial aqui se precisa ter excelência no serviço, qualidade no produto final e organização para se começar um trabalho realmente evitando perdas e prejuízos pra o cliente.


Fortaleza Decor - Que faz o cliente preferir um trabalho de marcenaria a uma loja de móveis pré-moldados?

Prof. Robson- Aí nesse caso temos dois tipos de móveis: móveis sob-medida e móveis prontos que são chamados tecnicamente de mobiliário de composição. O que vai levar a pessoa a procurar um marceneiro para substituir um mobiliário de composição seria a personalização do ambiente dele. Então o marceneiro tem condições hoje de auferir as medidas do local e adaptar o mobiliário ao gosto do cliente, ou seguir um projeto de um profissional, um serviço similar ao serviço das lojas. A grande vantagem do cliente é que ele vai ter um ambiente personalizado. É como se o mobiliário tivesse crescido dentro da casa dele, onde tudo já estava no local certo. Por outro lado não vejo barreira do marceneiro trabalhar com móveis de composição. Fazer estrutura de madeira e trabalhar com parceiros que vão colocar a espuma, que vão colocar o tecido, que vão colocar outro material agregando à composição do mobiliário que não tem esse domínio, essa tecnologia na marcenaria dele. Se não tiver como fazer um trabalho com vidro, ter um parceiro de uma vidraçaria que vai colocar, por exemplo, portas de vidro no mobiliário, trabalhar com pastilhas de vidro, todos os componentes que podem estar inseridos no projeto.


Fortaleza Decor - Quais são os projetos que existem aqui em Fortaleza para melhor qualificação da marcenaria?

Nilson (AMFOR) - Há 10,12 anos o SENAI ofereceu cursos não apenas direcionados à marcenaria, mas direcionados a indústria moveleira como um todo. Como a demanda era pouca, o curso acabou se esvaindo pela pouca freqüência e agora no momento está havendo novamente uma demanda na necessidade de treinar esse profissional de marcenaria agora puxado pelas marcenarias que estão se desenvolvendo, evoluindo para uma forma mais industrial e atualmente nós podemos dizer que o SENAI não dispõe de curso nenhum para marcenaria a não ser aqueles cursos de metromegia, que ensina como ler projetos, como tirar medidas. Técnica mesmo da marcenaria não dispomos de nenhum. O que as marcenarias têm hoje de facilidade de administração são os cursos do SEBRAE na área humana, na área administrativa, mas o “chão de fábrica” tem uma demanda muito grande e aberta. É uma solicitação da AMFOR juntamente com parceiros para que isso possa ter em pouquíssimo tempo aqui no Ceará.


FD- Sabemos que na parte de planejamento de um ambiente existe a seção marcenaria. Qual a importância que o profissional, o arquiteto ou o designer de interiores dá a essa questão da marcenaria aqui em Fortaleza?

Prof. Robson – Vai depender muito do projeto, mas em sua maioria a madeira é ainda um dos materiais mais presentes nos projetos de interior. A madeira e o vidro, até por que em Fortaleza a gente tem uma maresia muito forte e trabalhar com inox e alumínio fica um pouco mais caro. Então madeira hoje é bastante utilizada e bem viável pela nossa condição natural


FD – E a questão do design. Aqui em Fortaleza se faz trabalho em marcenaria utilizando um design mais moderno, mais competitivo?

Nilson - A AMFOR, tem se destacado exatamente por dar grande importância a esse ponto. Percebemos que as empresas de marcenaria estão tendo uma evolução. Estão formando um novo conceito. Elas em parceria com um designer ou um arquiteto também passaram a oferecer aos clientes ambientes prontos e modernos, tornando-se assim cada vez mais competitivas.


FD – De um modo geral existe a possibilidade do trabalho de marcenaria aqui de Fortaleza melhorar?

Nilson - Eu costumo dizer que a marcenaria tem problemas mais ou menos parecidos com os da construção civil. A construção civil aqui de Fortaleza a mais ou menos 10 anos tinha problemas de toda natureza. Hoje a marcenaria tem os mesmos problemas, mas nós já temos um atenuante na trajetória que é o sindicato de associações que trabalha no sentido de que haja uma evolução. Existe um mercado muito grande, existem largas avenidas a serem ocupadas, desde o desenvolvimento de produto para ótica, clínicas, lojas, e ainda a malha comercial como um todo, de pessoas físicas, de pessoas jurídicas, e não somente pessoa física onde a marcenaria é mais atuante. Existindo essas grandes possibilidades se exige também que a marcenaria possa ter uma evolução no seu negócio. Hoje ela mais do que nunca precisa se organizar porque as lojas de modulados estão avançando de uma forma assustadora. Algumas marcenarias ainda têm uma postura antiquada, e esse grupo vem exatamente trazer essas empresas para o presente. Fazendo com que essa evolução possa acontecer com mais rapidez, por que o mercado não espera e a gente sabe que existem hoje em dia muitas marcenarias fechando. Quem tem dinheiro investe, e quando se investe tem mercado e isso nós temos visto dentro das marcenarias da AMFOR. Nós observamos, por exemplo, que o mercado da zona norte do estado é super-aberto para todos. Não só englobaria Sobral como toda aquela região em torno de Sobral e o potencial é muito grande. Nós sabemos que esse mercado existe e para que possamos ter uma boa fatia dele é necessário ter muita organização e muita mudança de atitude.


FD- As intituições acadêmicas tem demonstrado interesse em estabelecer parcerias?

Prof. Robson- Total interesse. A gente precisa muito do profissional que está no mercado trabalhando com marcenaria para dar um apoio aos professores em sala de aula. Palestras, onde o Nilson é frequentemente convidado a expor um pouco do dia-a-dia dele, da sua experiência no mercado e o tipo de serviço que ele presta. Estar perto da marcenaria e da escola, estar junto da escola e da marcenaria, uma troca de experiências. Nós temos que contar com apoio daqueles que vieram com a gente lá do inicio há quatro anos, quando começou a preocupação com o design e a fazer esta parceria. Todo setor ganha por ter profissionais preocupados em dar uma nova visão a esse mercado. Ficamos muito lisonjeados em ter essa parceria, isso a gente fala todos os dias e nos colocamos a disposição deles. Quando eu conheci a AMFOR ela ainda era OMAF e eu senti uma facilidade muito grande em trabalhar com eles. Foi impressionante como eles conseguiram assimilar o conceito do design, esse conceito de reaproveitamento de sobras, o conceito da marcenaria limpa, este conceito da economia industrial voltada para indústria madeireira, a conscientização que eles tem do uso da madeira de reflorestamento, o controle de estoque de madeira. Vejo como parceiros muito inteligentes, que assimilam rápido os conceitos mais modernos que temos hoje na marcenaria, na marcenaria industrial.


FD – Para gente finalizar, tem alguma consideração final?

Prof. Robson – Minha consideração final seria mais um conselho. Eu acho que é uma classe que tem que estar sempre unida, que precisa investir em maquinário, pois a concorrência muitas vezes se torna até desleal e se eles realmente não investirem em maquinário não terão condições de apenas com a experiência estar em um mercado que cresce muito rápido.

Nilson – Hoje a marcenaria tem que caminhar mais para realidade industrial. Estar sempre atualizada e planejar o modo que ela vai fabricar. Estar sempre “antenada” com os lançamentos, participar de feiras, participar da palestras, de grupos de discussões, de encontros com nossos parceiros, para que possamos ter cada vez mais esclarecimento e conhecimento e assim nos tornarmos cada vez mais empresas e empresários de sucesso.

Capa - Produtos Ecologicamente Corretos


Há ainda um desconhecimento por parte da população com relação ao que vem a ser a madeira ecológica, produto que já vem sendo amplamente utilizado nos atuais projetos arquitetônicos e de ambientações.

Um dos tipos de madeira ecológica é a madeira certificada. Ela atende a toda legislação, assim como a madeira de reflorestamento, mas tem alguns passos que são cumpridos além da pura legislação. Esse tipo de madeira tem a certificação do FSC (sigla em inglês para a palavra Forest Stewardship Council, ou Conselho de Manejo Florestal, em português), uma certificação que é considerada até mais importante que o ISO 9000. É o selo verde mais reconhecido do mundo. Ele comprova que a extração da madeira passou por todos os elos da cadeia produtiva e atende a todos os quesitos de sustentabilidade. Atesta que o produto é resultado de um processo produtivo manejado de forma ecologicamente adequada, socialmente justa e economicamente viável.

A madeira certificada é utilizada tanto em projetos corporativos como projetos residenciais. Principalmente arquitetos e decoradores vêm, procurando muito esse tipo de material para valorizar o seu trabalho.Quando determinada madeira não é encontrada com essa certificação muitas vezes procura-se madeiras alternativas para atender esse tipo de cliente.

O MDP e o MDF são uma alternativa eficiente e prática e são produtos ecologicamente corretos. Tem-se a impressão que por serem produtos industriais podem ser nocivos ao meio ambiente, porém, tanto o MDF como o MDP são feitos de “coníferas” que são madeiras que não são originárias do Brasil. São madeiras plantadas. Tanto fabricantes como fornecedores de MDF e MDP já estão certificados pelo FSC, já atendem portanto, a todos os quesitos mencionados de sustentabilidade. A certificação do FSC vem coibir práticas criminosas como a mão-de-obra escrava e mão-de-obra infantil. A extração da madeira utilizando manejos de alto impacto ambiental também não permitem que a empresa use o selo da FSC.

É bom salientar que as árvores nativas também se encontram no mercado com o selo de certificação do FSC, e ele é de extrema importância para nossas florestas. Trazendo a elas um manejo sustentável se evita sua exploração, e, por conseguinte, sua extinção dando-lhe um valor comercial. O incentivo ao uso da madeira tropical é bem vindo desde que a madeira seja bem manejada. Florestas bem manejadas e certificadas garantem que o processo todo foi cumprido.

Existe uma variedade de produtos certificados. Madeiras como Eucalipto, Pinus, MDP, MDF, compensados e madeira bruta já são bastante utilizados nas marcenarias, respondendo até a um percentual expressivo do seu faturamento.

Com a certificação o temor de comprar produtos que são nocivos ao meio ambiente inexiste. Os produtos não certificados não nos dão essa garantia e o comprador tem que se informar se os mesmos foram fabricados com baixo consumo d’água, baixo consumo energético, que a matéri-prima é de produtos reciclados e não nocivos ao meio ambiente.
Texto: Eliza Souza

Capa - A Madeira é de Lei!


Madeiras de árvores certificadas estão cada vez mais presentes na decoração de interiores.

Acaiacá, Guarandi, Ipê, Imbuia, Jacarandá, Mogno, Angico, Pau-Brasil, Andiroba, Araribá são apenas algumas das espécies de árvores existentes na rica flora brasileira, muitas delas entrando em processo de extinção e de valor altíssimo no mercado.

Conhecidas como madeiras de Lei são altamente resistentes a temperaturas e ataques de insetos. No tempo do Brasil colônia, essas árvores que produzem madeira nobre eram protegidas por lei e só o governo poderia extraí-las. A primeira espécie a ser considerado monopólio da coroa foi o Pau-brasil que já naquela época se tornava escasso devido a sua excessiva exploração. Atualmente existe uma legislação específica para cada espécie.

Muitas outras espécies também compõem a flora brasileira, algumas delas são: Cerejeira, Cedro, Angelim - pedra, Curupixá, Cumaru, Jatobá, Louro-vermelho, Marupá, Maçaranduba, Muiracatira, Pau-marfim, Pequiá, Pinus, Sucupira dentre muitos outras, nos trazendo uma infinidade de texturas, cores e cheiros, alguns deles característicos somente de nossas florestas.

Tradicionalmente utilizada na construção civil a madeira é cada vez mais empregada como elemento de enfeite para espaços internos. Seja em seu estado bruto ou em forma de painéis de madeira industrializada, chegam às marcenarias onde são largamente utilizados como revestimento de paredes, pisos, móveis dentre outros. A beleza e funcionalidade da madeira são imprescindíveis em um bom projeto arquitetônico e de interiores. Contribui em muito com sua diversidade de tonalidades, resistência, elegância e sobriedade.

Não bastasse toda essa supremacia ante os outros materiais, a valorização da madeira em tempos atuais se dá também como uma tentativa de salvar as florestas. Um bom projeto de decoração pode ser lindo e ecologicamente correto. As madeiras de reflorestamento e as madeiras certificadas e de demolição estão atualmente presentes na maioria dos ambientes apontando uma tendência mundial. Morar bem não precisa necessariamente ser sinônimo de desperdício e má utilização de recursos naturais.

A extinção e dificuldade de obter algumas espécies levaram a diversificação da madeira usada na construção. A fiscalização ambiental sobre a extração de madeira muito mais rígida e nova consciência ambiental, nos leva a solução de trocar espécies ameaçadas, como o ipê, por peças com desempenho semelhante, obtidas pelo reflorestamento ou cultivo, como teca, eucalipto e angelim. Os painés de madeira também são uma solução de baixo custo para mobiliar nossas casas, além trazer ao projeto beleza e praticidade.
Texto: Eliza Souza

Vitrine - Artigo de Museu

Tão bela e rara quanto uma pintura renascentista a arte veneziana está exposta no Museu do Louvre

O espelho é um recurso extremamente útil quando se trata da criação de um efeito de maior amplitude aos espaços, dando a sensação de duplicidade de qualquer item que esteja sob ou a frente dele, ampliando efeitos visuais. Porém, quando falamos de espelhos venezianos, estamos nos referindo a algo acima de tudo belo e surpreendente.

A origem destes espelhos se deu na Veneza do século XIV, quando surgiu a técnica do espelho de superfície lisa e fundo metálico que utilizamos até hoje. Antes desta revolução técnica - que envolvia vidro e mercúrio - os espelhos eram feitos a partir de metais polidos, como a prata e o bronze. Para se ter uma idéia, basta saber que um espelho veneziano custava mais do que uma pintura de gênios renascentistas como Rafael ou o equivalente a um navio de guerra. O valor artístico dos espelhos venezianos é tão grande que um de seus exemplares está exposto no Museu do Louvre.

O monopólio veneziano foi quebrado na década de 1660, durante o reinado de Luís XIV conhecido como o Rei Sol, representado pelo luxo do Palácio de Versalhes. O Rei ordenou que seu ministro das finanças subornasse artesãos de Veneza para que vendessem seus segredos. A impressionante Sala dos Espelhos em Versalhes mostra que o plano foi vitorioso, pois seus belos espelhos seguem o modelo veneziano de fabricação.

Seja qual for o estilo decorativo da composição, eles vão bem em ambientes que vão do clássico ao moderno,sejam em halls,livings,salas de jantar ou mesmo em lavabos,tornado-se sempre atração nos espaços.Vale ressaltar que aqueles mais antigos e já corroidos pelo tempo tem o mesmo valor estético que os novos recém saídos das lojas...Importante mesmo é saber que em qualquer situação,estarão sempre em posição de destaque.
Texto: Carlos Zaranza
Decorador / Consultor / Professor