segunda-feira, 25 de maio de 2009

Design - Design levado a sério


“A forma segue a função”, esta é a máxima que todo designer ouve desde os seus primeiros passos na faculdade, quando se depara com um momento da história onde surge a Bauhaus, onde as atividades concomitantes entre artesãos, artistas e arquitetos privilegiavam o desenvolvimento dos primeiros projetos do que viria a ser chamado de design e, foi também, quando a preocupação com a estética foi quase abolida. Eu disse: “quase”! Porque, segundo Oscar Niemeyer, que nem designer é, mas pensa como um, “se não é bonito é uma m...!”
O design é uma profissão tão séria quanto a medicina do cirurgião. Pretensiosos, loucos, nós, designers?! Não! Pense bem: se, por exemplo, um designer de interiores repara males em um espaço no qual você habita no seu dia a dia, se elimina deste espaço problemas que refletem negativamente no seu bem estar, saúde e conforto, se estirpa elementos que fazem deste ambiente um espaço de risco, organizando os espaços, elegendo equipamentos que favoreçam circulações, ergonomia, usuabilidade, respeitando a sintonia com seus usuários, e além disso o torna belo (ainda que o conceito de beleza seja muito subjetivo), fazendo com que sua vida seja mais feliz e saudável...talvez agora você faça uma analogia não com um simples cirurgião, mas sim com um excelente cirurgião plástico.
Brincadeiras totalmente à parte, design é coisa séria, não é símbolo de status, não é hobby. O design é uma atividade onde seus profissionais atuam de forma a melhorar as condições de vida, dos usuários de seus projetos de produto, interiores, moda, gráfico, considerando aspectos funcionais, ergonômicos e estéticos, contemplando também cargas emocionais, perceptivas, psicológicas, cognitivas, entre outras.
Digo isso porque parece que a funcionalidade vem sendo esquecida, quando na verdade os designers ou arquitetos que se propõem a enveredar por esta área, deveriam tomar tal objetivo como pré-requisito projetual, aliando com os estudos da forma e da estética, além da relevância devidamente atribuída ao público-alvo, usuários do projeto, clientes etc.
Aspectos como a ergonomia, que envolve bem estar, saúde, conforto, vem sendo colocada em segundo plano quando o assunto é o projetar.
Deve-se, portanto, eleger muito bem aquele que vai cuidar de um projeto de design, já que uma vida saudável, não dependerá somente de uma rotina saudável, mas também de alguém que cuida da relação saudável com os objetos e espaços que nos cercam.

Texto: Neandro Nascimento
Designer / ergonomista / professor

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